/ CLT

Construção
com CLT

O Que é?

Os painéis maciços de madeira lamelada colada cruzada, CLT (ou X-LAM, ou cross laminated timber), são um produto com função essencialmente estrutural.

O CLT resulta da justaposição de tábuas de madeira para formar placas que, por sua vez, se sobrepõem e formam um painel. A ligação do conjunto é garantida por colagem e as tábuas de cada uma das camadas do painel são ortogonais às adjacentes.

Os painéis conseguem alcançar grandes dimensões e são produzidos por medida para cada projeto. Graças ao uso de máquinas de controlo numérico de grande precisão (CNC), os painéis são fornecidos com todos os cortes e aberturas necessários ao projeto, prontos para a assemblagem.

A alternância da direção das tábuas entre camadas consecutivas restringe de forma efetiva as variações dimensionais que ocorrem naturalmente nas direções radial e transversal das fibras da madeira, sempre que varia o seu teor de água, e confere ao painel uma grande estabilidade dimensional, à semelhança do que conhecemos, por exemplo, para o contraplacado. Nas classes de serviço 1 ou 2 (Eurocódigo 5), alcança-se um coeficiente de variação volumétrica de 0,01% por cada 1% de variação no teor de água na madeira.

No entanto, esta solução não é adequada para o uso na classe de serviço 3 (exposição direta às intempéries, com períodos de secagem e de molhagem alternados e prolongados). De facto, nestas condições, espera-se uma variação do teor de água na madeira significativa, o que gera tensões de corte excessivas na interface entre as várias camadas do painel, resultando na falha precoce da colagem.

Esta limitação nada tem a ver com a resistência da solução ao ataque biológico (fungos, insetos) de que a madeira deve ser protegida, pois em relação a esse, é possível adotar o mesmo tipo de proteções já conhecidas para a madeira maciça e para a madeira lamelada colada. A durabilidade do CLT está, portanto, diretamente relacionada com a durabilidade natural da madeira utilizada na sua fabricação e com o tratamento preventivo que lhe é aplicado.

A massividade dos painéis, associada às propriedades físicas e mecânicas da matéria-prima, a madeira, garantem níveis de desempenho muito interessantes a nível estrutural, acústico ou térmico. O CLT é adequado à pré-fabricação, permite uma construção seca e limpa e garante níveis apreciáveis de segurança contra incêndios e sob a acção de um sismo.
A crescente popularidade que o CLT granjeou assenta, precisamente, no seu desempenho e versatilidade que tornou possível e competitivo considerar a madeira como material principal de construções até agora reservadas apenas ao betão armado ou ao aço (KLH).

Características

Os painéis de CLT da KLH são, em geral, produzidos com uma de duas espécies de madeira: 
o pinheiro-da-Casquinha (Pinus sylvestris) ou o Espruce europeu (Picea abies). Mediante consulta, a KLH pode utilizar madeira de outras espécies para as lamelas exteriores visíveis.

Existem 3 níveis de qualidade visual para as faces exteriores dos painéis: não visível, visível industrial ou visível doméstico, cada uma delas escolhida em função da natureza da utilização da construção. Os níveis de qualidade visual não influenciam o desempenho estrutural do CLT.

Não
Visível

Visível
Industrial

Visível
Doméstico

KLH consegue produzir painéis com um comprimento máximo de 16,5m, com uma largura até 3,5m e com espessuras a variar entre os 60mm e os 360mm.

Os painéis de CLT da KLH são produzidos com adesivos classificados como de Tipo 1, de acordo com a norma EN 15425, tornando-os adequados para a produção de elementos de madeira com funções estruturais.

Na produção, a KLH aplica o adesivo, de forma automática, em toda a superfície das camadas, sujeitando-as de seguida a uma pressão de 0,6 MPa (N/mm2). Esta tecnologia permite uma laminação de elevada qualidade, quando comparada com os processos de fabrico a vácuo onde a pressão induzida é cerca de 6 vezes menor, e resulta num desempenho estrutural superior.

Principais referências

A TISEM iniciou a sua atividade em 2009, especializando-se no projeto de estruturas de madeira com painéis CLT, e conta com o suporte de um dos mais antigos fabricantes a nível mundial, a KLH, com mais de 30.000 obras realizadas em todo o mundo.

Porquê escolher 
o CLT

A abordagem moderna da construção em madeira explora as qualidades deste material, natural e renovável, com um elevado desempenho físico e mecânico, eficiente, versátil e de fácil montagem.

Os painéis CLT permitem uma conceção contemporânea e inovadora da construção, são uma alternativa credível às soluções construtivas tradicionais, oferecem um elevado conforto e bem-estar, são economicamente competitivos e duradouros.

Vantagens da Madeira:

Sustentabilidade

A madeira é um material natural e renovável.

A construção com painéis CLT favorece o cumprimento da neutralidade carbónica na construção através do sequestro de longa duração do CO2 que a madeira armazena naturalmente. A Declaração Ambiental de Produto dos painéis CLT da KLH evidencia um balanço negativo no potencial de aquecimento global (GWP) que pode ser capitalizado para compensar a produção de gases com efeito de estufa (GHG) que outros materiais aplicados no edifício possuem, designadamente, o aço, o alumínio ou o betão, cuja extração e transformação requerem quantidades de energia muito superiores.

A título de exemplo, uma moradia de 100m2 de área de construção pode garantir o sequestro de cerca de 50 toneladas de CO2 equivalente.

O uso de biomateriais em substituição dos materiais ditos tradicionais suscita, à primeira vista, uma dúvida essencial – Estará o corte de árvores para a produção de CLT a comprometer a sustentabilidade ambiental? A KLH abastece-se de matéria-prima proveniente de florestas com gestão sustentável (Certificações PEFC e FSC), onde se procede ao replantio e se garante que a biomassa existente nessas florestas se mantém ou incrementa. Na verdade,porque a cadeia de valores envolvida beneficia do consumo destes materiais, naturalmente,o incremento na procura resulta na promoção da florestação.

A plantação de florestas com o objetivo de produzir madeira para a indústria da construção, apesar de ser ordenada e assentar em monoculturas, permite o sequestro de CO2 desde o primeiro dia da plantação, protege os solos contra a erosão e, apesar de tudo, favorece a biodiversidade.

No seu processo de crescimento e ganho de biomassa, as árvores removem CO2 da atmosfera e conservam-no enquanto a madeira durar. Por cada metro cúbico de madeira usada em alternativa a outro material de construção, retiramos entre 0,7 e 1,1 toneladas de CO2 da atmosfera. Este procedimento gera também uma multiplicidade de atividades ligadas à exploração e transformação dos seus subprodutos, por exemplo, no que concerne o aquecimento das habitações ou a produção de matéria orgânica para fornecer a agricultura, o que aumenta a resiliência das economias rurais. Quanto maior for o ímpeto pelo consumo de madeira, maior será o interesse das populações para investir na sua floresta: zelando, usufruindo e promovendo a sua expansão.

Saúde

Há uma variedade de benefícios fisiológicos e psicológicos que resultam de viver num espaço construído com produtos em madeira.

A madeira melhora a salubridade das habitações e promove a qualidade do ar interior. As suas características higroscópicas possibilitam a absorção, retenção e libertação de água, regulando de forma natural o teor de humidade no ar. Previne condensações e o surgimento de fungos.

O contacto visual com a madeira induz um sentimento de relaxamento e conforto. A madeira na construção é percecionada como o prolongamento da natureza para o interior dos edifícios, despertando nas pessoas o sentimento inato de biofilia – simpatia pela vida. Ao toque, transmite calor.

Estudos realizados em edifícios de madeira mostram que estes desempenham um papel relevante na prevenção de doenças cardiovasculares e do sistema nervoso. A monitorização dos seus utilizadores registou uma redução significativa do ritmo cardíaco e um aumento da atividade do sistema nervoso parassimpático, isto é, há uma melhor resposta do cérebro a situações de calma com um consequente efeito protetor para o sistema cardiovascular.

Os painéis CLT da KLH são produzidos com adesivos de base poliuretânica, isentos de formaldeído e sem compostos orgânicos voláteis (COV).

Segurança

Nos últimos anos têm sido erguidos inúmeros edifícios de construção em altura com estrutura em CLT, o que atesta a robustez e a longevidade esperada de edifícios construídos com esta tecnologia.

A madeira é um material combustível, mas a evolução da combustão é previsível. Por outro lado, quando falamos de componentes maciços de madeira, onde se incluem os painéis de CLT, o avanço da combustão apenas afeta as propriedades mecânicas da secção de madeira que já ardeu, mantendo-se na porção de madeira não ardida. Em conjunto, estes factos permitem, na fase de projeto, estabelecer medidas adequadas para atrasar ou evitar o colapso dos edifícios, de acordo com as exigências da construção e a salvaguarda de pessoas e bens. O aço, por sua vez, quando exposto a altas temperaturas, deforma-se e perde rapidamente a sua capacidade de suporte. Quanto ao betão armado, beneficia da proteção que o recobrimento de armaduras confere ao aço, mas, alcançando-se o limite dessa proteção, arrisca-se uma rotura frágil dos elementos com o colapso da estrutura sem pré-aviso.

Um edifício em CLT bem concebido, sob a ação de um sismo alcança um desempenho ímpar diante de outras soluções estruturais. Tirando partido de três fatores – elevada rigidez no plano, baixo peso e ductilidade das ligações – o edifício tem potencial para dissipar a energia sísmica sem colapso e com baixa deformação residual. Permite assim cumprir o requisito de limitação de dano imposto pelo Eurocódigo 8, mesmo sob uma ação com tempo de recorrência equivalente a Estados Limite Últimos.

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Eficiência energética

A madeira é um material de baixa condutibilidade térmica que, conjugada com isolamento térmico adequadamente especificado, permite criar uma envolvente térmica eficiente e compacta.

A título de exemplo, uma fachada construída com uma solução típica de alvenaria apresenta cerca de 35cm de espessura, enquanto que o seu equivalente em termos de desempenho térmico com sistema construtivo de CLT, reduz para cerca de 20cm.

Na construção de casas passivas (Passivhaus), onde se exige o cumprimento de um conjunto de regras com vista a alcançar necessidades de consumo energético próximas de zero com qualidade do ar interior e conforto máximos, o CLT revela-se uma mais-valia incontornável porque permite eliminar pontes térmicas planas e ainda reduz muito significativamente as pontes térmicas lineares, ao mesmo tempo que permite criar uma envolvente estanque ao ar.

> Casa Passivhaus

Numa construção em CLT, desde que se evitem ou limitem os tetos falsos e/ou as paredes falsas, é possível alcançar uma inércia térmica de classe média.

Os painéis de CLT da KLH são estanques ao ar (conferível na ETA), devendo prestar-se especial atenção às juntas entre painéis e aos orifícios que quebram a barreira de estanquicidade (linha de colagem). Nessas zonas devem executar-se selagens que garantam a continuidade da barreira ao ar.

Racionalidade

Relativamente aos métodos de construção tradicionalmente usados em Portugal, a construção de um edifício com CLT permite reduzir o tempo total de construção de pelo menos um terço.

Alguns fatores concorrem para este facto:

  • ​É uma construção “seca”, sem tempos de cura ou secagem, ao contrário do que vemos no betão armado;
  • Permite quer uma elevada pré-fabricação, com grande rigor dimensional, o que reduz substancialmente a quantidade de trabalho necessário em obra, quer antecipar trabalhos de outras especialidades, com a garantia de cumprimento da geometria definida em projeto;
  • O CLT é habitualmente fornecido em peças de grandes dimensões, frequentemente correspondentes a paredes inteiras ou lajes com toda a largura do edifício, o que permite um ritmo de montagem elevado;
  • Tratando-se de uma solução globalmente mais leve que uma construção tradicional em betão armado com paredes de alvenaria, também permite aligeirar a solução adotada para as fundações.